Grécia Antiga
Cidades-Estado (pólis):
“Se a população de uma Cidade–Estado for demasiado escassa, não pode satisfazer as necessidades básicas; se for demasiado numerosa, (...) quem poderá governar uma multidão tão vasta? (...) Tanto para julgar como para distribuir os cargos públicos, é indispensável que os cidadãos se conheçam bem entre si (...). Para que exista uma pólis, devem, antes de mais, existir alimentos; depois ofícios, pois a vida necessita de muitos instrumentos; em seguida armamento (...) para garantir a autoridade dentro da cidade e repelir as ameaças externas; depois ainda o culto dos deuses, que é o primeiro elemento em importância; e por fim, o que é mais necessário, uma autoridade capaz de decidir o que é justo e conveniente para os cidadãos.”
Aristóteles, Política (Séc. IV a . C)
No século V a. C, a Grécia era um mosaico de Cidades-Estados. Esta forma de organização política teve origem no século VIII a. C. Por esta época, a população cresceu e as aldeias começaram a agrupar-se em torno do aglomerado urbano mais importante de cada região. Nasceram assim as Cidades- Estado, a que os Gregos davam o nome de pólis.
Uma pólis era uma comunidade de homens livres, os cidadãos que obedeciam às mesmas leis, tinham um governo próprio e ocupavam um território independente, que se estendia em volta de um centro urbano. Havia na Grécia mais de duas mil Cidades-Estado. Com efeito, a maior parte delas tinham dimensões muito reduzidas. Só Atenas, Esparta e Tebas possuíam territórios com mais de 2500 Km2. Muitas cabiam nos limites de um vale ou de uma pequena ilha.
Cada pólis tinha orgulho na sua independência. Os cidadãos estavam ligado por um forte sentimento de unidade. Encontravam-se, na ágora, a praça-pública da cidade, e ali conviviam e discutiam assuntos de interesse geral. Prestavam culto aos deuses e heróis da pólis nos tempos que se erguiam na acrópole, a parte alta e amuralhada da cidade. E era também na cidade que se juntavam em assembleia, para decidirem sobre os destinos da comunidade.
O mundo helénico não ficou limitado à Grécia europeia, às ilhas do mar Egeu e às costas da Ásia Menor. Desde meados do século VIII a. C,. começou na Grécia um movimento de emigração. A população tinha aumentado excessivamente e, devido, a esse aumento demográfico, os recursos tornavam-se escassos, provocando a miséria e conflitos sociais nas Cidades-Estados. Para fugir à fome ou às perseguições, muitos gregos faziam-se ao mar, em busca de fortuna.
Partiam em grupos, levando consigo o fogo sagrado que ardia nos altares da pólis. Procuravam um lugar fértil e pouco povoado, em qualquer ponto da costa do Mediterrâneo, e aí se fixavam, fundando uma colónia. A colónia ia crescendo com a chegada de novos emigrantes, atraídos pela existência de terras ou de matérias-primas propícias ao comércio. E, embora se tornasse uma pólis independente, os seus cidadãos continuavam a manter laços profundos com a metrópole, a terra-mãe, donde haviam partido.
No século V a.C., o povo grego achava-se espalhado por numerosas colónias, que se estendiam desde as costas do mar Negro até à Península Ibérica, situando-se as mais ricas e povoadas na Magna Grécia (Sul da Itália e Sicília). Os navios de comércio grego percorriam todo o Mediterrâneo, ligando entre si as diferentes parcelas do mundo helénico.
Cidade-Estado (Pólis)
Metrópole: cidade-mãe, isto é, cidade-estado de onde partiam os colonos para fundar novas cidades-estado noutras regiões, as colónias.
Colónia: Cidade-Estado fundada fora da Grécia. Apesar de politicamente independentes, continuavam ligadas à metrópole por laços comerciais, culturais e
religiosos.
Para subsistir, a pólis necessitava de uma zona rural, mas também de um espaço para trocas internas, para o comércio com o exterior- por exemplo, o Porto de Pireu-, para a produção artesanal, para a habitação, para o culto e para a governação.
A estrutura básica da cidade-estado organizava-se em duas zonas (além da zona rural):
- a acrópole: local de defesa, elevado, muralhado, onde se localizavam os principais templos;
- a ágora: praça pública localizada na parte mais baixa da cidade, onde se realizavam as trocas comerciais, os encontros sociais, a governação. Na ágora encontravam-se o mercado, as casas de habitação (construídas com simplicidade), os órgãos de governo, templos e pórticos (stoas).
O clima ameno, mediterrânico, favorecia a vida ao ar livre, seja na forma de procissões, como os cortejos das Pan-Ateneias, seja na de reuniões da Eclésia, na colina Pnyx, onde se discutiam e votavam as leis.
A pólis, podendo significar simultaneamente um Estado, um povo e uma cidade, era mais pequena que os actuais países europeus, permitindo uma governação desburocratizada e uma efervescente actividade cultural.
O historiador Tucídides dizia que Atenas era “a escola da Grécia”, com justa razão: tornou-se um paradigma (exemplo) para as restantes cidades-estado devido ao seu regime político inovador: a democracia. Esta atribuía o poder (Kratos) ao povo (demos). A democracia estabelecia a igualdade entre todos os cidadãos:
- igualdade perante a lei (isonomia);
- igualdade de acesso aos cargos políticos (isocracia);
- igual direito ao uso da palavra (isegoria).
3ª parte: O Regime Democrático »»»
Cidades-Estado (pólis):
“Se a população de uma Cidade–Estado for demasiado escassa, não pode satisfazer as necessidades básicas; se for demasiado numerosa, (...) quem poderá governar uma multidão tão vasta? (...) Tanto para julgar como para distribuir os cargos públicos, é indispensável que os cidadãos se conheçam bem entre si (...). Para que exista uma pólis, devem, antes de mais, existir alimentos; depois ofícios, pois a vida necessita de muitos instrumentos; em seguida armamento (...) para garantir a autoridade dentro da cidade e repelir as ameaças externas; depois ainda o culto dos deuses, que é o primeiro elemento em importância; e por fim, o que é mais necessário, uma autoridade capaz de decidir o que é justo e conveniente para os cidadãos.”
Aristóteles, Política (Séc. IV a . C)
No século V a. C, a Grécia era um mosaico de Cidades-Estados. Esta forma de organização política teve origem no século VIII a. C. Por esta época, a população cresceu e as aldeias começaram a agrupar-se em torno do aglomerado urbano mais importante de cada região. Nasceram assim as Cidades- Estado, a que os Gregos davam o nome de pólis.
Uma pólis era uma comunidade de homens livres, os cidadãos que obedeciam às mesmas leis, tinham um governo próprio e ocupavam um território independente, que se estendia em volta de um centro urbano. Havia na Grécia mais de duas mil Cidades-Estado. Com efeito, a maior parte delas tinham dimensões muito reduzidas. Só Atenas, Esparta e Tebas possuíam territórios com mais de 2500 Km2. Muitas cabiam nos limites de um vale ou de uma pequena ilha.
Cada pólis tinha orgulho na sua independência. Os cidadãos estavam ligado por um forte sentimento de unidade. Encontravam-se, na ágora, a praça-pública da cidade, e ali conviviam e discutiam assuntos de interesse geral. Prestavam culto aos deuses e heróis da pólis nos tempos que se erguiam na acrópole, a parte alta e amuralhada da cidade. E era também na cidade que se juntavam em assembleia, para decidirem sobre os destinos da comunidade.
O mundo helénico não ficou limitado à Grécia europeia, às ilhas do mar Egeu e às costas da Ásia Menor. Desde meados do século VIII a. C,. começou na Grécia um movimento de emigração. A população tinha aumentado excessivamente e, devido, a esse aumento demográfico, os recursos tornavam-se escassos, provocando a miséria e conflitos sociais nas Cidades-Estados. Para fugir à fome ou às perseguições, muitos gregos faziam-se ao mar, em busca de fortuna.
Partiam em grupos, levando consigo o fogo sagrado que ardia nos altares da pólis. Procuravam um lugar fértil e pouco povoado, em qualquer ponto da costa do Mediterrâneo, e aí se fixavam, fundando uma colónia. A colónia ia crescendo com a chegada de novos emigrantes, atraídos pela existência de terras ou de matérias-primas propícias ao comércio. E, embora se tornasse uma pólis independente, os seus cidadãos continuavam a manter laços profundos com a metrópole, a terra-mãe, donde haviam partido.
No século V a.C., o povo grego achava-se espalhado por numerosas colónias, que se estendiam desde as costas do mar Negro até à Península Ibérica, situando-se as mais ricas e povoadas na Magna Grécia (Sul da Itália e Sicília). Os navios de comércio grego percorriam todo o Mediterrâneo, ligando entre si as diferentes parcelas do mundo helénico.
Cidade-Estado (Pólis)
Metrópole: cidade-mãe, isto é, cidade-estado de onde partiam os colonos para fundar novas cidades-estado noutras regiões, as colónias.
Colónia: Cidade-Estado fundada fora da Grécia. Apesar de politicamente independentes, continuavam ligadas à metrópole por laços comerciais, culturais e
religiosos.
Para subsistir, a pólis necessitava de uma zona rural, mas também de um espaço para trocas internas, para o comércio com o exterior- por exemplo, o Porto de Pireu-, para a produção artesanal, para a habitação, para o culto e para a governação.
A estrutura básica da cidade-estado organizava-se em duas zonas (além da zona rural):
- a acrópole: local de defesa, elevado, muralhado, onde se localizavam os principais templos;
- a ágora: praça pública localizada na parte mais baixa da cidade, onde se realizavam as trocas comerciais, os encontros sociais, a governação. Na ágora encontravam-se o mercado, as casas de habitação (construídas com simplicidade), os órgãos de governo, templos e pórticos (stoas).
O clima ameno, mediterrânico, favorecia a vida ao ar livre, seja na forma de procissões, como os cortejos das Pan-Ateneias, seja na de reuniões da Eclésia, na colina Pnyx, onde se discutiam e votavam as leis.
A pólis, podendo significar simultaneamente um Estado, um povo e uma cidade, era mais pequena que os actuais países europeus, permitindo uma governação desburocratizada e uma efervescente actividade cultural.
O historiador Tucídides dizia que Atenas era “a escola da Grécia”, com justa razão: tornou-se um paradigma (exemplo) para as restantes cidades-estado devido ao seu regime político inovador: a democracia. Esta atribuía o poder (Kratos) ao povo (demos). A democracia estabelecia a igualdade entre todos os cidadãos:
- igualdade perante a lei (isonomia);
- igualdade de acesso aos cargos políticos (isocracia);
- igual direito ao uso da palavra (isegoria).
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