As grandes potências industriais
O apogeu da Europa
No começo do século XX, a Europa tinha uma capacidade económica superior ao conjunto dos outros continentes. Essa capacidade económica resultou: do rápido enriquecimento provocado pela industrialização e da posse de territórios coloniais (matérias-primas). Europa tornou-se:
1 - a fábrica do mundo: era no continente europeu que se concentravam a maior parte das fábricas (indústrias), portanto a Europa exportava para toda a parte os seus produtos: tecidos, máquinas…
2 - o banqueiro do mundo: os países do continente europeu investiam os seus capitais nos restantes continentes em plantações, minas, caminhos-de-ferro e portos.
3 - o comerciante do mundo: pertenciam-lhe quase todas as grandes companhias de transporte, através das quais controlava o comércio mundial (62% das trocas comerciais eram realizadas pelos Europeus).
A superioridade europeia verificava-se ainda no aspecto político (uma grande parte dos continentes asiático e africano estava sob o domínio colonial das potências europeias- Inglaterra, França, Alemanha, Portugal, Bélgica e Espanha); no aspecto demográfico (a Europa era o continente com maior população, com os maiores centros urbanos e fornecedora de emigrantes que iriam povoar os outros continentes); nos aspectos técnico-científico e cultural (os prémios Nobel científicos foram atribuídos, até 1914, exclusivamente a cientistas europeus; a literatura, a filosofia e as artes europeias impunham-se por toda a parte; as universidades e as academias literárias e artísticas atraíam estudantes, intelectuais e artistas de todo o Mundo; até na moda e nos estilos de vida as influências europeias eram evidentes).
Um desenvolvimento desigual
Os países rivais da Europa
Embora, no seu conjunto, a Europa fosse, de longe, o continente mais desenvolvido, nem todos os países europeus tinham o mesmo grau de industrialização.
As potências mais industrializadas eram a Inglaterra, a Alemanha, a França e a Bélgica. Pelo contrário, os países do Sul (como a Itália, a Espanha e Portugal) e do Leste (caso da Rússia), só lentamente começaram a industrializar-se.
A hegemonia (supremacia - poder dominante de um Estado , ou de um conjunto de Estados, sobre outros) europeia não era, porém, tão forte como parecia. De facto os Estados Unidos e o Japão começavam a tornar-se, a partir da 2.ª metade do século XX, os grandes rivais da Europa, arrebatando-lhe, pouco a pouco, o domínio de alguns mercados nacionais.
Os Estados Unidos eram já os maiores produtores em áreas como a energia e a metalurgia pesada. Quase deixaram de importar produtos europeus e tornaram-se os concorrentes da Europa, nas exportações para a América do Sul e para o Extremo Oriente (região mais oriental da Ásia, que inclui, entre outros países, a China, o Japão, a Coreia, a Indonésia e as Filipinas).
Quanto ao Japão, era, no início do século XX, uma potência industrial em franco crescimento. Os salários dos trabalhadores eram extremamente baixos, pelo que conseguia fabricar produtos a preços muito competitivos, que exportava sobretudo para os vizinhos mercados asiáticos.
Imperialismo e Colonialismo: a partilha do mundo
Na 2.ª metade do século XIX, os países da Europa ocidental empreenderam um novo e espectacular movimento de expansão para os outros continentes, em particular para a África.
Até cerca de 1880, a ocupação de África limitava-se, salvo pequenas excepções, às zonas costeiras. A partir de então, as potências europeias trataram de ocupar efectivamente o território deste continente. Para esta mudança de atitude contribuíram vários motivos:
- de ordem económica: em resultado da 2.ª revolução industrial aplicaram-se novas fontes de energia (petróleo, electricidade), novos inventos técnicos (dínamo, motor de explosão) e incrementaram-se os meios de transporte (caminhos de ferro, navios a vapor); desse modo tornou-se necessário arranjar outras fontes de matérias-primas e novos mercados;
- de ordem política e estratégica - as potências tinham vontade de afirmar o seu poderio e força militar através da ocupação de regiões e zonas estratégicas; por esta razão, na 2.ª metade do século XIX, desenvolveu-se um forte nacionalismo entre os estados europeus;
- de ordem cultural, isto é, o desejo de divulgar a cultura europeia (formas de vida, religião, costumes) junto dos indígenas e descobrir um continente ainda em grande parte desconhecido.
Então para tomar posse de territórios em África, realizaram-se várias expedições, como as de Livingstone, Stanley, Brazza e dos portugueses Serpa Pinto, Capelo e Ivens. Ora, essas viagens, dando a conhecer a imensa riqueza africana em matérias-primas, provocaram um choque de interesses entre as nações europeias. Por isso, em 1884-1885, a convite do chanceler alemão Bismarck, os países com interesse em África reuniram-se em Berlim para acordarem as condições de ocupação dos territórios africanos. Então decidiram definir um novo direito colonial, baseado na ocupação efectiva dos territórios (em substituição do tradicional direito histórico de descoberta), o que provocou rapidamente a corrida colonial a África. As potências europeias estabeleceram, em Berlim, o princípio da ocupação efectiva, isto é, os territórios africanos deviam pertencer aos países que tivesses meios para os ocupar de facto. Como calculas, era uma forma de favorecer os países mais poderosos.
F) Territórios que Portugal possuía (detinha) na Ásia: Goa, Damão, Diu, Macau e Timor.
G) Conferência de Berlim: em 1885, as principais potências europeias (os países europeus mais ricos), reunidas na Conferência de Berlim, decidiram repartir a África entre si, estabelecendo o princípio da ocupação efectiva (os territórios africanos deviam pertencer aos países que tivessem meios para os ocupar de facto. Esta decisão favorecia os países mais poderosos/ricos).
H) Mapa Cor-de-Rosa (1886) e Ultimato Inglês (1890): o princípio da ocupação efectiva, acordado na Conferência de Berlim, levou a que Portugal temesse a perda dos territórios que possuía em África. O governo de Lisboa decidiu então, para afirmar a presença portuguesa neste continente, enviar para o território africano várias expedições militares (soldados/tropas) e elaborou em 1886, o mapa cor-de-rosa (assim chamado porque os territórios entre Angola e Moçambique estavam assinalados a cor-de-rosa) que apresentou a algumas das potências europeias.
Uma vez que a Inglaterra planeava ligar o Cairo (Egipto) ao Cabo (África do Sul), em 1890 enviou a Portugal um ultimato (última ordem) no qual exigia a retirada dos soldados portugueses da zona entre Angola e Moçambique.
O apogeu da Europa
No começo do século XX, a Europa tinha uma capacidade económica superior ao conjunto dos outros continentes. Essa capacidade económica resultou: do rápido enriquecimento provocado pela industrialização e da posse de territórios coloniais (matérias-primas). Europa tornou-se:
1 - a fábrica do mundo: era no continente europeu que se concentravam a maior parte das fábricas (indústrias), portanto a Europa exportava para toda a parte os seus produtos: tecidos, máquinas…
2 - o banqueiro do mundo: os países do continente europeu investiam os seus capitais nos restantes continentes em plantações, minas, caminhos-de-ferro e portos.
3 - o comerciante do mundo: pertenciam-lhe quase todas as grandes companhias de transporte, através das quais controlava o comércio mundial (62% das trocas comerciais eram realizadas pelos Europeus).
A superioridade europeia verificava-se ainda no aspecto político (uma grande parte dos continentes asiático e africano estava sob o domínio colonial das potências europeias- Inglaterra, França, Alemanha, Portugal, Bélgica e Espanha); no aspecto demográfico (a Europa era o continente com maior população, com os maiores centros urbanos e fornecedora de emigrantes que iriam povoar os outros continentes); nos aspectos técnico-científico e cultural (os prémios Nobel científicos foram atribuídos, até 1914, exclusivamente a cientistas europeus; a literatura, a filosofia e as artes europeias impunham-se por toda a parte; as universidades e as academias literárias e artísticas atraíam estudantes, intelectuais e artistas de todo o Mundo; até na moda e nos estilos de vida as influências europeias eram evidentes).
Um desenvolvimento desigual
Os países rivais da Europa
Embora, no seu conjunto, a Europa fosse, de longe, o continente mais desenvolvido, nem todos os países europeus tinham o mesmo grau de industrialização.
As potências mais industrializadas eram a Inglaterra, a Alemanha, a França e a Bélgica. Pelo contrário, os países do Sul (como a Itália, a Espanha e Portugal) e do Leste (caso da Rússia), só lentamente começaram a industrializar-se.
A hegemonia (supremacia - poder dominante de um Estado , ou de um conjunto de Estados, sobre outros) europeia não era, porém, tão forte como parecia. De facto os Estados Unidos e o Japão começavam a tornar-se, a partir da 2.ª metade do século XX, os grandes rivais da Europa, arrebatando-lhe, pouco a pouco, o domínio de alguns mercados nacionais.
Os Estados Unidos eram já os maiores produtores em áreas como a energia e a metalurgia pesada. Quase deixaram de importar produtos europeus e tornaram-se os concorrentes da Europa, nas exportações para a América do Sul e para o Extremo Oriente (região mais oriental da Ásia, que inclui, entre outros países, a China, o Japão, a Coreia, a Indonésia e as Filipinas).
Quanto ao Japão, era, no início do século XX, uma potência industrial em franco crescimento. Os salários dos trabalhadores eram extremamente baixos, pelo que conseguia fabricar produtos a preços muito competitivos, que exportava sobretudo para os vizinhos mercados asiáticos.
Imperialismo e Colonialismo: a partilha do mundo
Na 2.ª metade do século XIX, os países da Europa ocidental empreenderam um novo e espectacular movimento de expansão para os outros continentes, em particular para a África.
Até cerca de 1880, a ocupação de África limitava-se, salvo pequenas excepções, às zonas costeiras. A partir de então, as potências europeias trataram de ocupar efectivamente o território deste continente. Para esta mudança de atitude contribuíram vários motivos:
- de ordem económica: em resultado da 2.ª revolução industrial aplicaram-se novas fontes de energia (petróleo, electricidade), novos inventos técnicos (dínamo, motor de explosão) e incrementaram-se os meios de transporte (caminhos de ferro, navios a vapor); desse modo tornou-se necessário arranjar outras fontes de matérias-primas e novos mercados;
- de ordem política e estratégica - as potências tinham vontade de afirmar o seu poderio e força militar através da ocupação de regiões e zonas estratégicas; por esta razão, na 2.ª metade do século XIX, desenvolveu-se um forte nacionalismo entre os estados europeus;
- de ordem cultural, isto é, o desejo de divulgar a cultura europeia (formas de vida, religião, costumes) junto dos indígenas e descobrir um continente ainda em grande parte desconhecido.
Então para tomar posse de territórios em África, realizaram-se várias expedições, como as de Livingstone, Stanley, Brazza e dos portugueses Serpa Pinto, Capelo e Ivens. Ora, essas viagens, dando a conhecer a imensa riqueza africana em matérias-primas, provocaram um choque de interesses entre as nações europeias. Por isso, em 1884-1885, a convite do chanceler alemão Bismarck, os países com interesse em África reuniram-se em Berlim para acordarem as condições de ocupação dos territórios africanos. Então decidiram definir um novo direito colonial, baseado na ocupação efectiva dos territórios (em substituição do tradicional direito histórico de descoberta), o que provocou rapidamente a corrida colonial a África. As potências europeias estabeleceram, em Berlim, o princípio da ocupação efectiva, isto é, os territórios africanos deviam pertencer aos países que tivesses meios para os ocupar de facto. Como calculas, era uma forma de favorecer os países mais poderosos.
F) Territórios que Portugal possuía (detinha) na Ásia: Goa, Damão, Diu, Macau e Timor.
G) Conferência de Berlim: em 1885, as principais potências europeias (os países europeus mais ricos), reunidas na Conferência de Berlim, decidiram repartir a África entre si, estabelecendo o princípio da ocupação efectiva (os territórios africanos deviam pertencer aos países que tivessem meios para os ocupar de facto. Esta decisão favorecia os países mais poderosos/ricos).
H) Mapa Cor-de-Rosa (1886) e Ultimato Inglês (1890): o princípio da ocupação efectiva, acordado na Conferência de Berlim, levou a que Portugal temesse a perda dos territórios que possuía em África. O governo de Lisboa decidiu então, para afirmar a presença portuguesa neste continente, enviar para o território africano várias expedições militares (soldados/tropas) e elaborou em 1886, o mapa cor-de-rosa (assim chamado porque os territórios entre Angola e Moçambique estavam assinalados a cor-de-rosa) que apresentou a algumas das potências europeias.
Uma vez que a Inglaterra planeava ligar o Cairo (Egipto) ao Cabo (África do Sul), em 1890 enviou a Portugal um ultimato (última ordem) no qual exigia a retirada dos soldados portugueses da zona entre Angola e Moçambique.